Essa pagina depende do javascript para abrir, favor habilitar o javascript do seu browser! Ir direto para menu de acessibilidade.
Página inicial > Nosso patrono
Início do conteúdo da página

Nosso Patrono

Publicado: Segunda, 06 Julho 2020 19:24 | Última Atualização: Segunda, 06 Julho 2020 19:27

Irineu Evangelista de Souza - VISCONDE DE MAUÁ


Em 1951, o 2º Batalhão Ferroviário recebeu a denominação histórica de BATALHÃO MAUÁ por identificar-se com os ideais de pioneirismo, patriotismo, capacidade de trabalho e espírito inovador de Irineu Evangelista de Sousa - visconde de Mauá, seu ilustre Patrono.
Grande impulsionador da indústria brasileira, o empresário, banqueiro e político brasileiro Irineu Evangelista de Sousa, visconde de Mauá, esteve à frente das principais iniciativas a favor do progresso material no segundo reinado.
Irineu Evangelista de Sousa nasceu em ARROIO GRANDE, município de JAGUARÃO-RS, em 28 de dezembro de 1813. Órfão de pai, viajou para o RIO DE JANEIRO-RJ em companhia de um tio, capitão da marinha mercante. Aos 11 anos empregou-se como balconista de uma loja de tecidos. Em 1830 passou a trabalhar na firma importadora de Ricardo Carruthers, que lhe ensinou inglês, contabilidade e a arte de comerciar. Aos 23 anos tornou-se gerente e logo depois sócio da firma. Em 1845, Irineu tomou sozinho a frente do ousado empreendimento de construir os estaleiros da Companhia Ponta da Areia, com que iniciou a indústria naval brasileira. A viagem que fez à Inglaterra em busca de recursos, em 1840, convenceu-o de que o Brasil deveria caminhar para a industrialização.
Em plena ascensão como homem de negócios, forneceu os recursos financeiros necessários à defesa de Montevidéu quando o governo imperial decidiu intervir nas questões do Prata, em 1850. Da Ponta da Areia saíram os navios e canhões para as lutas contra Oribe, Rosas e López. A partir de então, dividiu-se entre as atividades de industrial e banqueiro. Devem-se a Mauá a iluminação a gás da cidade do RIO DE JANEIRO (1851), a primeira companhia de navegação no AMAZONAS (1852), a primeira estrada de ferro, de RAIZ DA SERRA à cidade de PETRÓPOLIS-RJ (1854), o assentamento do cabo submarino (1874) e muitas outras iniciativas.

Foi deputado pelo Rio Grande do Sul em diversas legislaturas, mas renunciou ao mandato em 1873 para cuidar de seus negócios, ameaçados desde a crise bancária de 1864. Em 1875, viu-se obrigado a pedir moratória, a que se seguiu longa demanda judicial, derradeiro capítulo da biografia de grande empreendedor. Doente, minado pelo diabetes, só descansou depois de pagar todas as dívidas. Ao longo da vida recebeu os títulos de barão (1854) e visconde com grandeza (1874) de Mauá. Morreu em PETRÓPOLIS, em 21 de outubro de 1889.

©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda

Irineu Evangelista de Sousa, barão e visconde de Mauá, começou na vida sozinho numa cidade grande, com nove anos de idade. Seu primeiro emprego, no RIO DE JANEIRO de 1822 dilacerado pelas lutas da independência, foi como caixeiro, uma espécie de office-boy. Mas não demorou muito para chegar ao topo da profissão. Com quinze anos, já era o homem de confiança do patrão; com 23, sócio de um excêntrico escocês e, com trinta, um dos homens mais ricos do Império.

Isto, porém, não lhe bastava: aos 32 anos, depois de se casar com uma sobrinha de quinze, resolve começar tudo de novo. Vende seus negócios comerciais a fim de se tornar industrial (o primeiro do país), depois dono de bancos, estradas de ferro, companhias de navegação e serviços públicos. Logo ampliou seu campo de ação, atravessando as fronteiras do Brasil para levar seus empreendimentos de vanguarda ao Uruguai e à Argentina - vislumbrando uma aliança regional semelhante ao atual Mercosul.

Suas opções e estratégias empresariais poderiam ser melhor explicadas com conceitos atuais como globalização, tecnologia de ponta, multilateralismo. No entanto, como vivia numa sociedade de senhores e escravos, Mauá nem sempre conseguia se fazer entender.

O crescimento de seu conglomerado - chegou a controlar dezessete empresas - assustou a tal ponto seus contemporâneos que logo se levantou uma onda de inveja e gritaria. Mais um pouco e Mauá estava enfrentando governos e governantes, guerras, ataques pessoais, pânico entre os clientes de seus bancos. Porém, o empresário nunca esmoreceu, nem mesmo quando se viu obrigado a liquidar suas empresas, forçado pelas leis da época.

Velho e rico, continuou trabalhando até o final da vida. Ironicamente, seu ocaso e sua morte coincidiram com o ocaso e fim do Império, ao longo do qual, mesmo remando contra a corrente, protagonizou uma aventura empresarial sem paralelo em qualquer outro momento da história do Brasil.

"Texto extraído do Livro "Mauá, Empresário do Império" de Jorge Caldeira - Companhia das letras

registrado em:
Fim do conteúdo da página